Estimativa da Parasitemia de Plasmodium falciparum: Projeto
Experimental de uma Avaliação Externa da Qualidade Nacional (MANSER, Monika et
al. 2013).
Artigo original: http://www.malariajournal.com/content/12/1/428
A malária é uma doença causada por protozoários do
gênero Plasmodium, sendo considerada a protozoose de maior impacto
no mundo, colocando sob risco aproximadamente 40% da população mundial (cerca
de 2,4 bilhões de pessoas), em mais de 100 países (GOMES, et al., 2011).
Situação
da Malária no Mundo
A
malária distribui-se por extensas regiões tropicais e sub-tropicais, sobretudo
nas nações em desenvolvimento e sub-desenvolvimento. O Brasil concentra o maior
número de casos no continente americano, estimando a ocorrência de 300.000
casos anuais (FERREIRA et al., 2010). Ocorre, sobretudo, na África, na Região
Amazônica da América do Sul e no Sudeste Asiático, sendo que sua maior
incidência é no continente africano, mais precisamente ao sul do deserto do
Saara (TAUIL, 2006).
Diagrama do ciclo de vida do Plamodium: o agente causador da malária
Animação do ciclo: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/recursos/10129/malaria1.swf
A
malária é uma doença parasitária transmitida de pessoa para pessoa por meio da
picada da fêmea do mosquito Anopheles. Há quatro principais espécies
do parasita da malária: Plasmodium falciparum,
Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e Plasmodium ovale. O P. falciparum causa a malária grave, espalha rapidamente pelo corpo, atingindo o
cérebro, causando a chamada malária cerebral, podendo levar à morte.
Fonte: http:/www.macalester.edu/academics/environmentalstudies/students/projects/malariawebsite/es.malaria3-devastating%20effects.html
Os
sintomas iniciais da malária são semelhantes aos de uma gripe, tornando-se
perceptíveis de 9 a 14 dias depois da infecção: febre (ciclos de febre típicos,
calafrios e sudorese podem acontecer), dores nas juntas, dores de cabeça,
vômitos frequentes, convulsões e coma.
Diagnóstico
O diagnóstico da
malária é feito por meio de um teste rápido ou da busca pelo parasita através
de esfregaço de sangue corados em lâminas visualizados em microscópio óptico.
Tratamento
A decisão de como tratar o
paciente com malária deve ser precedida de informações sobre os seguintes
aspectos:
a) espécie de plasmódio infectante, pela especificidade dos esquemas
terapêuticos a serem utilizados;
b) idade do paciente, pela maior toxicidade para crianças e
idosos;
c) história de exposição anterior à infecção uma vez que indivíduos
primo infectados tendem a apresentar formas mais graves da doença;
d) condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de
saúde;
e) gravidade da doença, pela necessidade de hospitalização e de
tratamento com esquemas especiais de antimaláricos (Brasil, 2010).
Medidas Preventivas
- Fazer o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa;
- Evitar o acúmulo de água parada a fim de impedir a ovo posição;
- Utilizar rede de mosquitos;
- Manter as janelas fechadas.
Fonte: http://www.euroclinix.com.pt/profilaxia-malaria.html
Projeto Experimental de uma Avaliação Externa da Qualidade Nacional
O Projeto de Parasitologia no
Sangue UKNEQAS foi estabelecido, em 1986, a fim de melhorar o diagnóstico
microscópico de parasitas do sangue, através da análise de esfregaços de sangue
a partir de pacientes com infecções parasitárias.
Objetivo do Projeto
Avaliar o
desempenho dos laboratórios na identificação de Plasmodium
falciparum e a estimativa do percentual de parasitemia em esfregaço de
sangue corados por Giemsa, através do Programa Nacional de Avaliação Externa da
Qualidade do Reino Unido (UKNEQAS) Projeto Parasitologia no Sangue.
Metodologia
As amostras foram
distribuídas em esfregaços de sangue em lâminas, podendo apresentar qualquer
espécie de malária, microfilária ou Tripanossomas africanos (Trypanosoma brucei gambiense e Trypanosoma
brucei rhodesiense). Além disso, lâminas
de tecido com espécies de Leishmania também foram enviadas.
Antes da
distribuição, as amostras de malária foram confirmadas por (PCR) reação em
cadeia da polimerase. Além disso, um certo número de lâminas de cada lote
também foram verificadas.
Os resultados eram
recolhidos e analisados e um relatório completo era disponibilizado a todos os
participantes, incluindo análise de desempenho de cada indivíduo e uma folha de
ensinamento era fornecida se o mau desempenho fosse identificado ou se um
parasita incomum fosse relatado.
Tabela 1: Participação dos países no projeto
Resultados
• Entre 4% e 54% (média =
23% e mediana = 21,5%) de participantes não conseguiram estimar a porcentagem
de parasitemia;
• Entre 9% e 35% (média =
18% e mediana = 15%) superestimaram o percentual de parasitemia;
• Entre 0% e 25% (média =
6%, mediana = 4%) subestimaram o percentual de parasitemia;
• Entre 0 e 36% (média =
5% e mediana = 2.4) identificaram erroneamente a espécie de malária presente.
Conclusão
O projeto de
parasitologia no sangue é de grande importância, pois estima a parasitemia de P. falciparum que é doença agravante que gera várias consequências
ao ser humano. Além disso, contribui com o aperfeiçoamento do
conhecimento dos participantes que não conseguem estimar a parasitemia, através
de relatórios sobre o desempenho e ensinamentos que consequentemente contribuem
para melhor desempenho dos analistas.
Notícias:
Galeria de Fotos:
Referências
- http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140523_malaria_vacina_lk.shtml
- http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2014/05/registros-de-casos-de-malaria-diminuem-50-em-alenquer-pa.html
- http://noticias.r7.com/saude/cientistas-descobrem-proteina-com-potencial-contra-malaria-23052014
- http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pesquisadores-descobrem-substancias-que-tornam-humanos-invisiveis-aos-mosquitos
Galeria de Fotos:
Anopheles
Ambiente favorável para os Anopheles
Células contendo P. vivax
Plasmodium falciparum (trofozoítos)
P. vivax (trofozoítos)
Referências
- TAUIL, Pedro Luiz. Perspectivas de controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 39(3):275-277, mai-jun, 2006. Brasília, DF.
- MANSER, Monika et al. Malaria Journal 2013, 12:428. Estimativa de parasitemia por Plasmodium Falciparum: Projeto experimental de uma avaliação externa da qualidade nacional. Reino Unido, 2013.
- GOMES, Andréia Patrícia et al. Malária grave por Plasmodium falciparum . Rev. bras. ter.intensiva. 2011, vol.23, n.3, pp 358-369.
- FERREIRA, Consuelo de Nazareth Paes Lopes. Caracterização epidemiológica da malária no município de Porto Grande no estado do Amapá, com ênfase à distribuição espacial no ano de 2010. Dissertação (mestrado) – Fundação Universidade Federal do Amapá, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Out, 2012.
- Brasil, Ministério da Saúde. Guia prático de tratamento da malária no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.